No vale da sombra | episódio 6
Maior
“É importante não esconder a depressão, nem tratá-la na clandestinidade. É importante aceitá-la e combatê-la, e todo o silêncio de todo o doente e de quem está à sua volta dificulta a recuperação.” (Richard Boechat)
Texto(s) da Bíblia
Romanos 8
Nada nos separa do amor de Deus
Das dores, a maior é ver uma pessoa que amamos vergando sob o peso da doença mental. Quando a mente que controla a mente está doente, a sombra prevalece sobre a luz, o medo jaz sob o horizonte, as perguntas fazem fila em curvas.
Quanto maior a consciência, maior a dor. Maior pode ser também a compreensão da enfermidade. As dores das perguntas não respondidas abrem cicatrizes que parecem não fechar.
No convívio com uma pessoa que tem uma doença mental, precisamos saber que ela não escolheu adoecer, nada fez para adoecer, nem seus pais a adoeceram. Cuidemos para que os estereótipos não se tornem camisas de força. Nosso doente não é doente. Ele tem uma doença. Essa compreensão tem que morar em nossa casa. Mesmo com as emoções afloradas, a razão precisa ser ouvida.
O cuidado não pode ser desesperado, mas cheio de esperança, e a esperança nunca desiste. O cuidado deve ser amigo da ciência, pela qual devemos orar, para que possa conhecer melhor os segredos da mente enferma e agir até que a cura venha, nesta geração ou na próxima. O cuidado deve incluir a solidariedade, contra os preconceitos, a favor de mais recursos para a saúde, com ajuda mútua, uma vez que a dor nos iguala.
Em nosso sofrimento, devemos permitir que nos conforte e nos renove a certeza do amor de Deus, que é maior que a Ansiedade, maior que a Bipolaridade, maior que a Compulsão, maior que a Depressão, maior que a Esquizofrenia, maior que a Fobia, maior que a Hipocondria, maior que a Insônia, maior que a Síndrome do Pânico, maior que qualquer Transtorno.