Sociedade Bíblica do Brasil
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Dia 47 na Palavra

Texto(s) da Bíblia

1Paulo, fixando os olhos no Sinédrio, disse:

— Meus irmãos, tenho vivido até o dia de hoje com a consciência limpa diante de Deus.

2Mas Ananias, o sumo sacerdote, mandou aos que estavam perto de Paulo que lhe batessem na boca. 3Então Paulo lhe disse:

— Deus há de ferir você, parede branqueada! Você está aí sentado para me julgar de acordo com a Lei e, contra a Lei, ordena que eu seja agredido?

4Os que estavam ali perguntaram a Paulo:

— Você está insultando o sumo sacerdote de Deus?

5Paulo respondeu:

— Eu não sabia, irmãos, que ele é sumo sacerdote. Porque está escrito: “Não fale mal de uma autoridade do seu povo.”

6Como Paulo sabia que uma parte do Sinédrio se compunha de saduceus e outra, de fariseus, exclamou:

— Irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus. Estou sendo julgado por causa da esperança e da ressurreição dos mortos!

7Ditas estas palavras, começou uma grande discussão entre fariseus e saduceus, e o Sinédrio se dividiu. 8Pois os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito, ao passo que os fariseus admitem todas essas coisas. 9Houve, pois, muita gritaria no Sinédrio. E, levantando-se alguns escribas que eram do partido dos fariseus, discutiam, dizendo:

— Não achamos neste homem mal algum. E se, de fato, algum espírito ou anjo falou com ele?

10Como a discussão ficava cada vez mais intensa, o comandante, temendo que Paulo fosse despedaçado por eles, mandou descer a guarda para que o retirassem dali e o levassem para a fortaleza.

O Senhor aparece a Paulo

11Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado de Paulo, disse:

— Coragem! Pois assim como você deu testemunho a meu respeito em Jerusalém, é necessário que você testemunhe também em Roma.

A emboscada dos judeus

12Quando amanheceu, os judeus se reuniram e juraram que não haviam de comer, nem beber, enquanto não matassem Paulo. 13Eram mais de quarenta os que se envolveram nessa conspiração. 14Estes foram falar com os principais sacerdotes e os anciãos e disseram:

— Juramos, sob pena de maldição, não comer coisa alguma, enquanto não matarmos Paulo. 15Por isso, agora, juntamente com o Sinédrio, mandem um recado ao comandante para que ele o apresente a vocês, sob o pretexto de que desejam investigar mais acuradamente o caso dele; e nós, antes que ele chegue, estaremos prontos para matá-lo.

16Mas o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido a respeito da trama, foi, entrou na fortaleza e contou tudo a Paulo. 17Então este, chamando um dos centuriões, disse:

— Leve este rapaz ao comandante, porque tem algo a dizer.

18O centurião levou o rapaz ao comandante e disse:

— O prisioneiro Paulo me chamou e pediu que eu trouxesse à sua presença este rapaz, pois tem algo a dizer ao senhor.

19O comandante pegou o rapaz pela mão e, levando-o para um lado, perguntou-lhe:

— O que você tem para me dizer?

20Ele respondeu:

— Os judeus decidiram pedir ao senhor que, amanhã, apresente Paulo ao Sinédrio, sob o pretexto de que desejam fazer uma investigação mais acurada a respeito dele. 21Não se deixe persuadir, porque mais de quarenta deles armaram uma emboscada. Fizeram um pacto de, sob pena de maldição, não comer, nem beber, enquanto não matarem Paulo; e agora estão prontos, esperando que o senhor prometa atender o pedido deles.

22Então o comandante despediu o rapaz, recomendando-lhe que não dissesse a ninguém ter lhe trazido estas informações. 23Chamando dois centuriões, ordenou:

— Tenham de prontidão duzentos soldados, setenta cavaleiros e duzentos lanceiros para irem até Cesareia a partir das nove horas da noite. 24Preparem também animais para fazer Paulo montar e levem-no com segurança ao governador Félix.

A carta de Cláudio a Félix

25O comandante escreveu uma carta nestes termos:

26“Cláudio Lísias ao excelentíssimo governador Félix. Saudações.

27Este homem foi preso pelos judeus e estava prestes a ser morto por eles, quando eu, sobrevindo com a guarda, o livrei, por saber que ele era romano. 28Querendo certificar-me do motivo por que o acusavam, levei-o ao Sinédrio deles. 29Descobri que ele era acusado de coisas referentes à lei que os rege, mas nada que justificasse morte ou mesmo prisão. 30Sendo eu informado de que ia haver uma emboscada contra o homem, tratei de enviá-lo imediatamente ao senhor, intimando também os acusadores a irem dizer, na sua presença, o que eles têm contra ele.

Passe bem.”

Paulo no Pretório de Herodes

31Então os soldados, conforme lhes foi ordenado, pegaram Paulo e, durante a noite, o conduziram até Antipátride. 32No dia seguinte, voltaram para a fortaleza, tendo deixado os cavaleiros encarregados de seguir viagem com ele. 33Quando estes chegaram a Cesareia, entregaram a carta ao governador e também lhe apresentaram Paulo. 34Lida a carta, o governador perguntou de que província Paulo era. E, quando soube que era da Cilícia, 35disse:

— Ouvirei você quando chegarem os seus acusadores.

E mandou que ele ficasse preso no Pretório de Herodes.

Atos 23NAAAbrir na Bíblia

Paulo é levado a Festo e apela para César

1Três dias depois de ter assumido o governo da província, Festo saiu de Cesareia e foi para Jerusalém. 2E, logo, os principais sacerdotes e os maiorais dos judeus lhe apresentaram queixa a respeito de Paulo. 3Contra ele, pediram a Festo o favor de mandar que ele fosse trazido a Jerusalém. É que eles tinham armado uma emboscada para matar Paulo no caminho. 4Festo, porém, respondeu que Paulo continuaria preso em Cesareia e que ele mesmo, muito em breve, partiria para lá. 5E concluiu:

— Aqueles de vocês que estiverem habilitados me acompanhem; e, havendo contra este homem qualquer crime, acusem-no.

6E, não se demorando entre eles mais de oito ou dez dias, foi para Cesareia. No dia seguinte, assentando-se no tribunal, ordenou que Paulo fosse trazido. 7Quando Paulo chegou, os judeus que tinham vindo de Jerusalém ficaram em volta dele, fazendo muitas e graves acusações contra ele, as quais, entretanto, não podiam provar. 8Então Paulo, defendendo-se, disse:

— Nenhum pecado cometi contra a lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César.

9Então Festo, querendo assegurar o apoio dos judeus, perguntou a Paulo:

— Você gostaria de ir a Jerusalém e ser ali julgado por mim a respeito destas coisas?

10Paulo respondeu:

— Estou diante do tribunal de César, onde convém que eu seja julgado. Não fiz mal nenhum aos judeus, como o senhor sabe muito bem. 11Se de fato pratiquei algum mal ou crime digno de morte, estou pronto para morrer. Se, pelo contrário, não são verdadeiras as coisas de que me acusam, ninguém pode me entregar a eles. Apelo para César.

12Então Festo, tendo falado com o conselho, respondeu:

— Já que apelou para César, para César você irá.

Festo expõe a Agripa o caso de Paulo

13Passados alguns dias, o rei Agripa e Berenice chegaram a Cesareia a fim de saudar Festo. 14Como se demorassem ali alguns dias, Festo expôs ao rei o caso de Paulo, dizendo:

— Félix deixou aqui preso certo homem, 15a respeito de quem os principais sacerdotes e os anciãos dos judeus apresentaram queixa, quando eu estive em Jerusalém, pedindo que o condenasse. 16Eu lhes disse que não é costume dos romanos condenar quem quer que seja, sem que o acusado tenha presentes os seus acusadores e possa defender-se da acusação. 17Assim, quando eles vieram para cá, sem nenhuma demora, no dia seguinte, assentando-me no tribunal, determinei que o homem fosse trazido. 18Levantando-se os acusadores, não mencionaram nenhum dos crimes de que eu suspeitava. 19Traziam contra ele algumas questões referentes à sua própria religião e particularmente a certo morto, chamado Jesus, que Paulo afirma estar vivo. 20Estando eu perplexo quanto ao modo de investigar estas coisas, perguntei-lhe se queria ir a Jerusalém para ali ser julgado a respeito disso. 21Mas, havendo Paulo apelado para que ficasse em custódia para o julgamento de César, ordenei que o acusado continuasse detido até que eu o enviasse a César.

22Então Agripa disse a Festo:

— Eu também gostaria de ouvir este homem.

Festo respondeu:

— Amanhã você poderá ouvi-lo.

Festo, de novo, fala a Agripa

23De fato, no dia seguinte, vindo Agripa e Berenice, com grande pompa, tendo eles entrado na sala de audiência juntamente com oficiais superiores e homens eminentes da cidade, Paulo foi trazido por ordem de Festo. 24Então Festo disse:

— Rei Agripa e todos os senhores aqui presentes, vejam este homem, por causa de quem toda a multidão dos judeus recorreu a mim tanto em Jerusalém como aqui, clamando que não convinha que ele vivesse mais. 25Porém eu achei que ele não tinha feito nada que fosse passível de morte; entretanto, tendo ele apelado para o imperador, resolvi mandá-lo para lá. 26No entanto, a respeito dele, nada tenho de mais concreto que possa escrever ao imperador. Por isso, eu o trouxe à presença dos senhores e, especialmente, à sua presença, ó rei Agripa, para que, feita a arguição, eu tenha alguma coisa que escrever. 27Porque não me parece razoável enviar um preso sem mencionar, ao mesmo tempo, as acusações que existem contra ele.

Atos 25NAAAbrir na Bíblia

Rute e Boaz na eira

1Noemi, a sogra de Rute, disse:

— Minha filha, não é verdade que eu devo procurar um lar para você, para que você seja feliz? 2E esse Boaz, na companhia de cujas servas você esteve, não é um dos nossos parentes? Eis que esta noite ele estará limpando cevada na eira. 3Lave-se, ponha perfume, vista a sua melhor roupa e vá até a eira. Mas não deixe que ele perceba que você está ali, até que ele tenha acabado de comer e beber. 4Quando ele for dormir, repare bem o lugar onde ele vai se deitar. Então vá, descubra os pés dele e deite-se ali. Ele lhe dirá o que você deve fazer.

5Rute respondeu:

— Vou fazer tudo isso que a senhora está me dizendo.

6Então Rute foi para a eira e fez conforme tudo o que a sua sogra lhe havia ordenado. 7Quando Boaz terminou de comer e beber e estava já de coração um tanto alegre, foi deitar-se ao pé de um monte de cereais. Então Rute chegou de mansinho, descobriu os pés dele, e se deitou. 8Aconteceu que, no meio da noite, o homem se assustou e sentou-se; e eis que uma mulher estava deitada a seus pés.

9Boaz perguntou:

— Quem é você?

Ela respondeu:

— Sou Rute, a sua serva. Estenda a sua capa sobre esta sua serva, porque o senhor é um resgatador.

10Boaz respondeu:

— Que você seja bendita do Senhor, minha filha! Você se mostrou mais bondosa agora do que no passado, pois não foi procurar um homem mais jovem, fosse rico ou fosse pobre. 11E agora, minha filha, não tenha medo. Tudo o que você falou eu vou fazer, porque todo o povo da cidade sabe que você é uma mulher virtuosa. 12Sim, é verdade que eu sou resgatador, mas há ainda outro resgatador que é parente mais chegado do que eu. 13Fique aqui esta noite. Pela manhã, se ele quiser resgatar você, muito bem; ele que o faça. Mas, se ele não quiser, eu o farei, tão certo como vive o Senhor. Deite-se aqui até de manhã.

14Rute ficou deitada aos pés dele até de manhã, mas levantou-se enquanto ainda estava escuro. Porque Boaz disse:

— Que ninguém saiba que uma mulher veio até a eira.

15Disse mais:

— Traga o manto que você está usando e segure-o.

Ela o segurou, ele o encheu com seis medidas de cevada e o pôs sobre os ombros dela. Então ela voltou para a cidade.

16Quando chegou à casa de sua sogra, esta lhe perguntou:

— Como se passaram as coisas, minha filha?

E Rute lhe contou tudo o que aquele homem tinha feito por ela. 17E disse ainda:

— Ele me deu estas seis medidas de cevada e me disse: “Não volte para a sua sogra sem nada.”

18Então Noemi disse:

— Espere, minha filha, até que você saiba em que darão as coisas, porque aquele homem não descansará enquanto não resolver este caso, ainda hoje.

Boaz casa com Rute

1Boaz foi até o portão da cidade e sentou-se ali. Eis que o resgatador de que Boaz havia falado ia passando. Então ele o chamou:

— Ó fulano, chegue até aqui e sente-se.

Ele foi e se sentou. 2Então Boaz chamou dez homens dos anciãos da cidade e disse:

— Sentem-se aqui.

E eles se sentaram. 3Boaz disse ao resgatador:

— Noemi, que voltou da terra dos moabitas, pôs à venda aquele pedaço de terra que foi de nosso parente Elimeleque. 4Então resolvi informá-lo disso e dizer a você: compre essas terras na presença dos que estão sentados aqui e na presença dos anciãos do povo. Se você quer resgatá-las, faça isto; se não, diga, para que eu o saiba. Porque não há outro que possa resgatá-las a não ser você; e, depois de você, eu.

Então ele respondeu:

— Eu vou resgatar essas terras.

5Boaz, porém, lhe disse:

— No dia em que você receber essas terras da mão de Noemi, também terá de receber Rute, a moabita, já viúva, para perpetuar o nome do esposo falecido na herança dele.

6Então o resgatador disse:

— Nesse caso, não poderei fazer o resgate, para não prejudicar a minha própria herança. Faça você uso desse meu direito, porque eu não poderei fazê-lo.

7Este era, antigamente, o costume em Israel, quanto a resgates e permutas: quem queria confirmar um negócio tirava a sandália do pé e a entregava ao outro. Era assim que se confirmava um negócio em Israel. 8Por isso, quando o resgatador disse a Boaz: “Faça você o resgate”, tirou a sandália do pé. 9Então Boaz disse aos anciãos e a todo o povo:

— Hoje vocês são testemunhas de que comprei de Noemi tudo o que pertencia a Elimeleque, a Quiliom e a Malom. 10E também tomo por mulher Rute, a moabita, que foi esposa de Malom, para perpetuar o nome deste sobre a sua herança, para que este nome não seja exterminado dentre seus irmãos e do portão da sua cidade. Hoje vocês são testemunhas disso.

11Todo o povo que estava no portão e os anciãos disseram:

— Somos testemunhas.

E disseram a Boaz:

— Que o Senhor faça a esta mulher, que está entrando na sua família, como fez a Raquel e Lia, que edificaram a casa de Israel. E que você, Boaz, seja um homem poderoso em Efrata, e que o seu nome se torne famoso em Belém. 12Que, com os filhos que o Senhor lhe der dessa jovem, a sua casa seja como a de Perez, o filho que Tamar deu a Judá.

Rute dá à luz Obede

13Assim Boaz recebeu Rute, e ela passou a ser a sua mulher. Ele teve relações com ela, e o Senhor concedeu que ela ficasse grávida e tivesse um filho. 14Então as mulheres disseram a Noemi:

— Bendito seja o Senhor, que não deixou hoje de lhe dar um neto que será o seu resgatador. Que o nome dele venha a ser famoso em Israel! 15Nele você terá renovação da vida e consolo na velhice, pois a sua nora, que ama você, o deu à luz, e para você ela é melhor do que sete filhos.

16Noemi pegou o menino no colo e passou a cuidar dele. 17As vizinhas lhe deram nome, dizendo:

— Nasceu um filho para Noemi!

E o chamaram de Obede. Este veio a ser o pai de Jessé, pai de Davi.

18E estas são as gerações de Perez: Perez gerou Esrom, 19Esrom gerou Rão, Rão gerou Aminadabe, 20Aminadabe gerou Naassom, Naassom gerou Salmom, 21Salmom gerou Boaz, Boaz gerou Obede, 22Obede gerou Jessé, e Jessé gerou Davi.

Elcana e suas mulheres

1Houve um homem de Ramataim-Zofim, da região montanhosa de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efraimita. 2Elcana tinha duas mulheres: uma se chamava Ana, e a outra se chamava Penina. Penina tinha filhos; Ana, porém, não tinha.

3Todos os anos esse homem ia da sua cidade para adorar e sacrificar ao Senhor dos Exércitos, em Siló, onde Hofni e Fineias, os dois filhos de Eli, eram sacerdotes do Senhor. 4No dia em que Elcana oferecia o seu sacrifício, ele dava porções deste a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas. 5A Ana, porém, dava uma porção dobrada, porque ele a amava, mesmo que o Senhor a tivesse deixado estéril. 6Penina, sua rival, a provocava excessivamente para a irritar, porque o Senhor a tinha deixado sem filhos. 7Isso acontecia ano após ano. Todas as vezes que Ana ia à Casa do Senhor, a outra a irritava. Por isso Ana se punha a chorar e não comia nada. 8Então Elcana, seu marido, lhe disse:

— Ana, por que você está chorando? E por que não quer comer? E por que está tão triste? Será que eu não sou melhor para você do que dez filhos?

A oração e o voto de Ana

9Certa vez após terem comido e bebido em Siló, Ana se levantou, quando o sacerdote Eli estava sentado na sua cadeira, junto a um pilar do templo do Senhor. 10E Ana, com amargura de alma, orou ao Senhor e chorou muito. 11Ela fez um voto, dizendo:

Senhor dos Exércitos, se de fato olhares para a aflição da tua serva, e te lembrares de mim, e não te esqueceres da tua serva, e lhe deres um filho homem, eu o dedicarei ao Senhor por todos os dias da sua vida, e sobre a cabeça dele não passará navalha.

12Ana continuava a orar diante do Senhor, e o sacerdote Eli começou a observar o movimento dos lábios dela, 13porque Ana só falava em seu coração. Os seus lábios se moviam, porém não se ouvia voz nenhuma. Por isso Eli pensou que ela estava embriagada 14e lhe disse:

— Até quando você vai ficar embriagada? Trate de ficar longe do vinho!

15Porém Ana respondeu:

— Não, meu senhor! Eu sou uma mulher angustiada de espírito. Não bebi vinho nem bebida forte. Apenas estava derramando a minha alma diante do Senhor. 16Não pense que esta sua serva é ímpia. Eu estava orando assim até agora porque é grande a minha ansiedade e a minha aflição.

17Então Eli disse:

— Vá em paz, e que o Deus de Israel lhe conceda o que você pediu.

18Ana respondeu:

— Que eu possa encontrar favor aos seus olhos.

Então ela seguiu o seu caminho, comeu alguma coisa, e o seu semblante já não era triste.

Nascimento e dedicação de Samuel

19Eles se levantaram de madrugada e adoraram diante do Senhor. Depois, voltaram para casa, em Ramá. Elcana teve relações com Ana, sua mulher, e o Senhor se lembrou dela. 20Ana ficou grávida e, passado o devido tempo, teve um filho, a quem deu o nome de Samuel, pois dizia:

— Do Senhor o pedi.

21Elcana, seu marido, foi com toda a sua casa para oferecer ao Senhor o sacrifício anual e para cumprir o seu voto. 22Ana, porém, não foi. Ela disse a seu marido:

— Quando o menino for desmamado, eu o levarei para ser apresentado ao Senhor e para lá ficar para sempre.

23Elcana, seu marido, respondeu:

— Faça o que achar melhor. Fique aqui até desmamá-lo. E que o Senhor confirme a promessa que você fez.

Assim, Ana ficou em casa e amamentou o filho, até que o desmamou. 24Depois de o ter desmamado, ela o levou consigo, com um novilho de três anos, uma medida de farinha e um odre de vinho, e o apresentou à Casa do Senhor, em Siló. O menino ainda era muito pequeno. 25Depois de terem sacrificado o novilho, levaram o menino a Eli. 26E Ana disse:

— Ah! Meu senhor, tão certo como você vive, eu sou aquela mulher que esteve aqui ao seu lado, orando ao Senhor. 27Era por este menino que eu orava, e o Senhor Deus me concedeu o pedido que eu fiz. 28Por isso também o entrego ao Senhor. Por todos os dias que viver, será dedicado ao Senhor.

E ali eles adoraram o Senhor.

1Samuel 1NAAAbrir na Bíblia

O cântico de Ana

1Então Ana orou assim:

“O meu coração exulta no Senhor.

A minha força está exaltada

no Senhor.

A minha boca se ri

dos meus inimigos,

porque me alegro na tua salvação.

2Ninguém é santo como o Senhor,

porque não há outro além de ti,

e não há rocha

como o nosso Deus.

3Não multipliquem

palavras de orgulho;

que não saiam palavras arrogantes

da boca de vocês.

Porque o Senhor

é o Deus da sabedoria

e ele pesa na sua balança

todos os feitos das pessoas.

4O arco dos fortes é quebrado,

porém os fracos

são revestidos de força.

5Os que antes estavam fartos

hoje trabalham pela comida,

mas os que andavam famintos

não têm mais fome.

Até a mulher estéril

tem sete filhos,

e a que tinha muitos filhos

perde o vigor.”

6“O Senhor é quem tira a vida

e quem a dá;

ele faz descer à sepultura

e faz subir.

7O Senhor empobrece

e enriquece;

humilha e também exalta.

8Levanta o pobre do pó

e tira o necessitado

do monte de lixo,

para o fazer assentar

ao lado de príncipes,

para o fazer herdar

o trono de glória.

Porque do Senhor

são as colunas da terra,

e ele firmou o mundo sobre elas.”

9“Ele guarda os pés

dos seus santos,

mas os perversos emudecem

nas trevas da morte,

porque o homem não prevalece

pela força.

10O Senhor destrói

os seus inimigos;

dos céus troveja contra eles.

O Senhor julga

as extremidades da terra,

dá força ao seu rei

e exalta o poder do seu ungido.”

11Então Elcana voltou para a sua casa, em Ramá. Mas o menino ficou servindo o Senhor, diante do sacerdote Eli.

Os filhos de Eli

12Os filhos de Eli eram homens malignos e não se importavam com o Senhor. 13O costume desses sacerdotes com o povo era este: quando alguém oferecia um sacrifício, o servo do sacerdote vinha com um garfo de três dentes na mão e, enquanto a carne estava cozinhando, 14enfiava o garfo na caldeira, na panela, no caldeirão ou na marmita, e tudo o que o garfo tirava o sacerdote pegava para si. Assim se fazia a todo o Israel que ia ali, a Siló. 15Também antes de se queimar a gordura, o servo do sacerdote vinha e dizia ao homem que estava oferecendo o sacrifício: “Dê um pedaço desta carne para o sacerdote assar. Ele não aceitará de você carne cozida, mas apenas crua.” 16Se o ofertante lhe respondia: “Deixe que primeiro queime a gordura, depois você pode pegar o quanto quiser”, o servo do sacerdote dizia: “Não. Você tem de entregar essa carne agora. Se não, eu a pegarei à força.”

17Era, pois, muito grave o pecado desses moços diante do Senhor, porque eles desprezavam a oferta do Senhor.

Samuel em Siló

18Samuel ministrava diante do Senhor, sendo ainda menino, vestido de uma estola sacerdotal de linho. 19Sua mãe lhe fazia uma túnica pequena e, de ano em ano, a levava para ele quando ia com o seu marido oferecer o sacrifício anual. 20Eli abençoava Elcana e a sua mulher e dizia:

— Que o Senhor dê a você filhos desta mulher, em lugar do filho que devolveu ao Senhor.

E voltavam para a sua casa. 21Assim, o Senhor abençoou Ana e ela engravidava. Teve mais três filhos e duas filhas. E o menino Samuel crescia diante do Senhor.

Eli repreende os seus filhos

22Eli já era muito velho e ouvia tudo o que os seus filhos faziam a todo o Israel e de como se deitavam com as mulheres que serviam à porta da tenda do encontro. 23E disse-lhes:

— Por que vocês fazem essas coisas? Pois de todo este povo ouço constantemente falar das coisas más que vocês fazem. 24Não, meus filhos, porque não é boa fama esta que ouço. Vocês estão levando o povo do Senhor a transgredir. 25Se um homem pecar contra o seu próximo, Deus será o árbitro. Mas, se ele pecar contra o Senhor, quem intercederá por ele?

Mas eles não ouviram a voz de seu pai, porque o Senhor os queria matar.

26E o jovem Samuel crescia em estatura e no favor do Senhor e dos homens.

Profecia contra a casa de Eli

27Um homem de Deus veio a Eli e disse:

— Assim diz o Senhor: “Por acaso não me manifestei à casa de seu pai, quando os israelitas ainda estavam no Egito, na casa de Faraó? 28Eu o escolhi dentre todas as tribos de Israel para ser o meu sacerdote, para subir ao meu altar, para queimar o incenso e para usar a estola sacerdotal diante de mim. E dei à casa de seu pai todas as ofertas queimadas dos filhos de Israel. 29Por que tratam com desprezo os meus sacrifícios e as minhas ofertas de cereais, que ordenei que se fizessem na minha morada? E, você, por que honra os seus filhos mais do que a mim, para que você e eles engordem com as melhores partes de todas as ofertas do meu povo de Israel?”

30— Portanto, o Senhor, o Deus de Israel, diz: “Na verdade, eu prometi que a sua casa e a casa de seu pai andariam diante de mim para sempre. Mas agora o Senhor diz: Longe de mim tal coisa, porque honrarei aqueles que me honram, porém desprezarei os que me desprezam. 31Eis que vêm dias em que acabarei com o seu poder e com o poder da casa de seu pai, para que ninguém em sua casa chegue a ficar velho. 32E você verá a aflição da morada de Deus, juntamente com o bem que farei a Israel. Mas ninguém da sua casa chegará à velhice. 33O homem, porém, da sua linhagem a quem eu não afastar do meu altar será poupado apenas para lhe consumir os olhos e lhe entristecer a alma. E todos os descendentes da sua casa morrerão na flor da idade. 34E o que vier a acontecer com os seus dois filhos, Hofni e Fineias, será um sinal para você: ambos morrerão no mesmo dia. 35Então suscitarei para mim um sacerdote fiel, que fará segundo o que tenho no coração e na mente. Eu lhe edificarei uma casa estável, e ele andará diante do meu ungido para sempre. 36E todo aquele que restar da sua casa virá a inclinar-se diante dele, para obter uma moeda de prata e um bocado de pão. E dirá: ‘Peço que você me dê um dos cargos sacerdotais, para que eu tenha um pedaço de pão para comer.’”

1Samuel 2NAAAbrir na Bíblia

A cidade de Deus

Cântico. Salmo dos filhos de Corá

1Grande é o Senhor

e mui digno de ser louvado,

na cidade do nosso Deus,

seu santo monte.

2Alto e belo, alegria

de toda a terra,

é o monte Sião,

para os lados do Norte,

a cidade do grande Rei.

3Nos palácios dela,

Deus se faz conhecer

como alto refúgio.

4Por isso, eis que os reis se uniram

e juntos a atacaram.

5Quando viram, se espantaram;

ficaram com medo

e fugiram apressados.

6O terror ali os venceu,

e sentiram dores como de mulher

que está dando à luz.

7Com vento leste destruíste

as naus de Társis.

8Como temos ouvido dizer,

agora vimos que aconteceu

na cidade do Senhor dos Exércitos,

na cidade do nosso Deus.

Deus a estabelece para sempre.

9Pensamos, ó Deus,

na tua misericórdia

no meio do teu templo.

10Como o teu nome, ó Deus,

assim o teu louvor se estende

até os confins da terra;

a tua mão direita

está cheia de justiça.

11Alegre-se o monte Sião,

exultem as filhas de Judá,

por causa dos teus juízos.

12Andem em volta de Sião,

rodeiem-na toda,

contem as suas torres;

13notem bem as suas muralhas,

observem os seus palácios,

para que possam contar

às gerações vindouras

14que este é Deus,

o nosso Deus para todo o sempre;

ele será nosso guia até a morte.

Salmos 48NAAAbrir na Bíblia

A verdadeira adoração

Salmo de Asafe

1Fala o Poderoso, o Senhor Deus,

e chama a terra desde o Oriente

até o Ocidente.

2Desde Sião,

excelência de formosura,

resplandece Deus.

3O nosso Deus vem

e não guarda silêncio.

À frente dele

vem um fogo devorador,

e ao seu redor

ruge grande tormenta.

4Ele intima os céus lá em cima

e a terra,

para julgar o seu povo.

5Ele diz: “Congreguem

os meus santos,

os que comigo fizeram aliança

por meio de sacrifícios.”

6Os céus anunciam a sua justiça,

porque é o próprio Deus que julga.

7“Escute, meu povo, e eu falarei;

ó Israel, e eu testemunharei

contra você.

Eu sou Deus, o seu Deus.

8Não o repreendo

pelos seus sacrifícios,

nem pelos holocaustos que você

continuamente me oferece.

9Não aceitarei novilhos

da sua casa,

nem bodes dos seus apriscos.

10Pois são meus

todos os animais do bosque

e o gado aos milhares

sobre as montanhas.

11Conheço todas as aves

dos montes,

e são meus todos os animais

que vivem no campo.”

12“Se eu tivesse fome,

não teria necessidade

de dizê-lo a você,

pois meu é o mundo

e a sua plenitude.

13Acaso como eu carne de touros?

Ou bebo sangue de cabritos?

14Ofereça a Deus

sacrifício de ações de graças

e cumpra os seus votos

para com o Altíssimo.

15Invoque-me no dia da angústia;

eu o livrarei,

e você me glorificará.”

16Mas ao ímpio Deus diz:

“De que lhe serve

repetir os meus preceitos

e ter nos lábios a minha aliança,

17se você odeia a disciplina

e rejeita as minhas palavras?

18Se vê um ladrão,

você se torna amigo dele,

e aos adúlteros você se associa.

19Abre a boca para o mal,

e a sua língua trama enganos.

20Senta-se para falar

contra o seu irmão

e difama o filho de sua mãe.

21Você tem feito essas coisas,

e eu me calei;

você pensava

que eu era igual a você;

mas agora eu o repreenderei

e porei tudo à sua vista.”

22“Considerem, pois, nisto,

vocês que se esquecem

de Deus,

para que eu não os despedace,

sem haver quem os livre.

23Aquele que me oferece sacrifício

de ações de graças,

esse me glorificará;

e ao que prepara o seu caminho,

farei com que veja

a salvação de Deus.”

Salmos 50NAAAbrir na Bíblia
Sociedade Bíblica do Brasilv.4.19.0
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