Tradução Brasileira
A Tradução Brasileira, também conhecida como Versão Brasileira ou Versão Fiel, foi publicada em 1917. Trata-se do primeiro projeto de tradução de toda a Bíblia a ser realizado no Brasil, com início em 1903. A liderança coube ao Dr. Hugh Clarence Tucker. A comissão de tradução foi integrada por pastores brasileiros e missionários norte-americanos, com destaque para Eduardo Campos Pereira, Hipólito de O. Campos, Antônio B. Trajano, Alfredo Borges Teixeira, Alberto Meyer, John M. Kyle, William C. Brown e John R. Smith. Além disso, esse projeto teve a participação de consultores linguísticos ilustres, como Rui Barbosa, José Veríssimo, Heráclito Graça, entre outros, que ajudaram a solucionar questões relacionadas com a sintaxe da língua portuguesa.
Como toda boa tradução, também esta não foi feita às pressas.
A comissão de tradução foi constituída em 1903, mas o Novo Testamento só viria a ser publicado em 1908. Depois, veio a tradução do Antigo Testamento, que foi concluída em 1914, mas que, por causa da Primeira Guerra Mundial, só veio a ser publicada, em edição da Bíblia completa, no ano de 1917.
A Tradução Brasileira ganhou renome pela sua fidelidade ao sentido original. Chegou a ser conhecida como “Bíblia Tira-Teima”. Foi, também, levada em conta pela comissão revisora que, em solo brasileiro, preparou a Almeida Revista e Atualizada, em meados do século XX. Segundo depoimento de membros daquela comissão, nos muitos casos em que a Tradução Brasileira foi feliz em acertar o sentido do original, “copiamos-lhe as frases; o que tornamos público com grande satisfação”.
A Tradução Brasileira cumpriu importante papel no cenário eclesiástico da primeira metade do século 20. Infelizmente, porém, por volta de 1950, o interesse pela Tradução Brasileira havia caído drasticamente, o que acabou por determinar a sua retirada de circulação. A Sociedade Bíblica do Brasil decidiu relançar a Tradução Brasileira, em 2010. Houve, em relação à edição de 1917, as seguintes adequações: completa atualização ortográfica; grafia dos nomes próprios segundo o modelo da Almeida Revista e Atualizada (por exemplo, não mais Habakkuk, como aparecia na edição de 1917, mas Habacuque); pequenas alterações gramaticais, incluindo casos de pontuação e do uso de iniciais maiúsculas e minúsculas.