Sociedade Bíblica do Brasil
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Dia 75 na Palavra

Texto(s) da Bíblia

A cura de um cego de nascença

1Enquanto Jesus caminhava, viu um homem cego de nascença. 2E os seus discípulos perguntaram:

— Mestre, quem pecou para que este homem nascesse cego? Ele ou os pais dele?

3Jesus respondeu:

— Nem ele pecou, nem os pais dele; mas isso aconteceu para que nele se manifestem as obras de Deus. 4É necessário que façamos as obras daquele que me enviou enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. 5Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.

6Depois de dizer isso, Jesus cuspiu na terra, fez lama com a saliva e com a lama untou os olhos do cego. 7Então disse ao cego:

— Vá lavar-se no tanque de Siloé.

Siloé quer dizer “Enviado”.

O cego foi, lavou-se e voltou vendo. 8Então os vizinhos e os que antes o conheciam de vista, como mendigo, perguntavam:

— Não é este o que ficava sentado pedindo esmolas?

9Uns diziam:

— É ele.

Outros:

— Não, mas se parece com ele.

O homem dizia:

— Sou eu.

10Então lhe perguntaram:

— Como foram abertos os seus olhos?

11Ele respondeu:

— O homem chamado Jesus fez lama, passou nos meus olhos e disse: “Vá ao tanque de Siloé e lave-se.” Então fui, lavei-me e estou vendo.

12Eles perguntaram:

— Onde está ele?

Respondeu:

— Não sei.

Os fariseus interrogam o cego

13Levaram aos fariseus aquele que antes era cego. 14E era sábado o dia em que Jesus fez a lama e lhe abriu os olhos. 15Então os fariseus lhe perguntaram outra vez como podia ver. Ele respondeu:

— Ele pôs lama sobre os meus olhos, lavei-me e estou vendo.

16Por isso, alguns dos fariseus diziam:

— Esse homem não é de Deus, porque não guarda o sábado.

Mas outros diziam:

— Como pode um homem pecador fazer sinais como estes?

E houve divisão entre eles.

17De novo perguntaram ao cego:

— O que você diz a respeito dele, uma vez que lhe abriu os olhos?

Ele respondeu:

— É um profeta.

18Os judeus não acreditaram que ele tinha sido cego e que agora podia ver, enquanto não chamaram os pais dele 19e lhes perguntaram:

— É este o filho de vocês, que vocês dizem que nasceu cego? Como é que agora ele está vendo?

20Então os pais responderam:

— Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego, 21mas não sabemos como agora está vendo. E também não sabemos quem lhe abriu os olhos. Perguntem a ele, pois já tem idade e poderá falar por si mesmo.

22Os pais dele disseram isso porque estavam com medo dos judeus, pois estes já tinham combinado que, se alguém confessasse que Jesus era o Cristo, seria expulso da sinagoga. 23Foi por isso que os pais dele disseram: “Ele já tem idade e poderá falar por si mesmo.”

24Então chamaram, pela segunda vez, o homem que tinha sido cego e lhe disseram:

— Diga a verdade diante de Deus; nós sabemos que esse homem é pecador.

25Ele respondeu:

— Se é pecador, não sei. Uma coisa sei: eu era cego e agora vejo.

26Perguntaram-lhe outra vez:

— O que ele fez a você? Como lhe abriu os olhos?

27Ele respondeu:

— Já lhes disse, mas vocês não ouviram. Por que querem ouvir outra vez? Por acaso vocês também querem se tornar discípulos dele?

28Então o insultaram e lhe disseram:

— Discípulo dele é você! Nós somos discípulos de Moisés. 29Sabemos que Deus falou a Moisés, mas este nem sabemos de onde é.

30O homem respondeu:

— É estranho que vocês não saibam de onde ele é, mas ele me abriu os olhos. 31Sabemos que Deus não atende a pecadores. Pelo contrário, se alguém teme a Deus e pratica a sua vontade, a este atende. 32Desde que o mundo existe, jamais se ouviu que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. 33Se este homem não fosse de Deus, não poderia ter feito nada.

34Mas eles disseram:

— Você nasceu cheio de pecado e quer nos ensinar?

E o expulsaram.

A cegueira espiritual

35Jesus ouviu que eles tinham expulsado o homem. Ao encontrá-lo, perguntou:

— Você crê no Filho do Homem?

36Ele respondeu:

— Quem é, Senhor, para que eu creia nele?

37E Jesus lhe disse:

— Você já o tem visto, e é aquele que está falando com você.

38Então ele afirmou:

— Eu creio, Senhor!

E o adorou.

39Jesus continuou:

Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem se tornem cegos.

40Alguns dos fariseus que estavam perto dele perguntaram-lhe:

— Por acaso também nós somos cegos?

41Jesus respondeu:

— Se vocês fossem cegos, não teriam pecado algum. Mas, porque agora dizem: “Nós vemos”, o pecado de vocês permanece.

João 9NAAAbrir na Bíblia

O pastor das ovelhas

1— Em verdade, em verdade lhes digo: quem não entra no curral das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, esse é ladrão e salteador. 2Aquele, porém, que entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas. 3Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama as suas próprias ovelhas pelo nome e as conduz para fora. 4Depois de levar para fora todas as que lhe pertencem, vai na frente delas, e elas o seguem, porque reconhecem a voz dele. 5Mas de modo nenhum seguirão o estranho; pelo contrário, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.

6Jesus fez esta comparação, mas eles não compreenderam o sentido daquilo que ele falava.

Jesus, a porta

7Então Jesus disse mais uma vez:

— Em verdade, em verdade lhes digo que eu sou a porta das ovelhas. 8Todos os que vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não lhes deram ouvidos. 9Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, sairá e achará pastagem. 10O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.

Jesus, o bom pastor

11— Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. 12O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê o lobo chegando, abandona as ovelhas e foge; então o lobo as arrebata e dispersa. 13O mercenário foge, porque é mercenário e não se importa com as ovelhas. 14Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. 16Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco. Preciso trazer também estas. Elas ouvirão a minha voz e, então, haverá um só rebanho e um só pastor. 17Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para recebê-la outra vez. 18Ninguém tira a minha vida; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para entregá-la e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.

19Por causa dessas palavras, houve nova divisão entre os judeus. 20Muitos deles diziam:

— Ele tem demônio e enlouqueceu. Por que vocês ouvem o que ele diz?

21Outros diziam:

— Este modo de falar não é de endemoniado. Será que um demônio pode abrir os olhos aos cegos?

A Festa da Dedicação. O povo rejeita Jesus

22Celebrava-se em Jerusalém a Festa da Dedicação. Era inverno. 23Jesus passeava no templo, no Pórtico de Salomão. 24Então os judeus o rodearam e disseram:

— Até quando você nos deixará nesse suspense? Se você é o Cristo, diga francamente.

25Jesus respondeu:

— Já falei, mas vocês não acreditam. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim. 26Mas vocês não creem, porque não são das minhas ovelhas. 27As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. 28Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. 29Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo, e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. 30Eu e o Pai somos um.

31Os judeus mais uma vez pegaram pedras com a intenção de apedrejá-lo.

32Mas Jesus lhes disse:

— Tenho mostrado a vocês muitas obras boas da parte do Pai. Por qual delas querem me apedrejar?

33Os judeus responderam:

— Não é por obra boa que queremos apedrejá-lo, e sim por causa da blasfêmia. Pois, sendo você apenas um homem, está se fazendo de Deus.

34Jesus disse:

— Não está escrito na Lei de vocês: “Eu disse: vocês são deuses”? 35Se ele chamou deuses àqueles a quem foi dirigida a palavra de Deus — e a Escritura não pode falhar —, 36então como vocês dizem que aquele que o Pai santificou e enviou ao mundo está blasfemando, só porque declarei que sou Filho de Deus? 37Se não faço as obras do meu Pai, não acreditem em mim. 38Mas, se faço, e vocês não creem em mim, creiam pelo menos nas obras, para que vocês possam saber e compreender que o Pai está em mim e que eu estou no Pai.

39Então tentaram outra vez prendê-lo, mas ele se livrou das mãos deles.

40Novamente Jesus se retirou para além do Jordão, para o lugar onde João batizava no início; e ali permaneceu. 41E muitos iam até ele e diziam:

— João não fez nenhum sinal, mas tudo o que ele disse a respeito deste homem era verdade.

42E naquele lugar muitos creram nele.

João 10NAAAbrir na Bíblia

A rainha de Sabá visita Salomão

1Rs 10.1-13

1Quando a rainha de Sabá ouviu falar da fama de Salomão, veio a Jerusalém prová-lo com perguntas difíceis. Chegou com uma enorme comitiva, com camelos carregados de especiarias, de ouro em abundância e pedras preciosas. Ela se apresentou diante de Salomão e lhe expôs tudo o que trazia em sua mente. 2Salomão respondeu todas as perguntas que ela fez, e não houve nada profundo demais que Salomão não pudesse explicar. 3Quando a rainha de Sabá viu a sabedoria de Salomão, o palácio que ele havia construído, 4a comida que era servida na mesa dele, o lugar dos seus oficiais, o serviço dos seus criados e os trajes deles, seus copeiros e os trajes deles, e o holocausto que oferecia na Casa do Senhor, ficou como fora de si 5e disse ao rei:

— É verdade o que ouvi na minha terra a respeito de você e a respeito da sua sabedoria. 6Eu, porém, não acreditava no que se falava, até que vim e vi com os meus próprios olhos. Eis que não me contaram nem a metade da grandeza da sua sabedoria; você supera a fama que ouvi. 7Felizes os homens à sua volta e felizes estes seus servos que estão sempre diante de você e que ouvem a sua sabedoria! 8Bendito seja o Senhor, seu Deus, que se agradou de você e o colocou no seu trono como rei para o Senhor, seu Deus. É porque o seu Deus ama Israel e quer estabelecê-lo para sempre que ele o constituiu rei sobre este povo, para que você execute o juízo e a justiça.

9Ela entregou ao rei quatro toneladas de ouro, grande abundância de especiarias e pedras preciosas. Nunca mais houve especiarias como as que a rainha de Sabá ofereceu ao rei Salomão.

10Também os servos de Hirão e os servos de Salomão, que tinham trazido ouro de Ofir, trouxeram madeira de sândalo e pedras preciosas. 11Desta madeira de sândalo o rei mandou fazer corrimões para a Casa do Senhor e para o palácio real, bem como harpas e liras para os cantores. Nunca antes se tinha visto madeira como esta na terra de Judá.

12O rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo o que ela quis e pediu, além do equivalente ao que ela lhe havia trazido. Então ela voltou e foi para a sua terra, ela e os seus servos.

As riquezas de Salomão

1Rs 10.14-29

13O peso do ouro que se trazia a Salomão a cada ano era de cerca de vinte e três toneladas, 14além do que entrava dos vendedores e dos negociantes. Também todos os reis da Arábia e os governadores dessa mesma terra traziam a Salomão ouro e prata.

15O rei Salomão fez duzentos grandes escudos de ouro batido, empregando sete quilos e duzentos gramas de ouro batido em cada escudo. 16Fez também trezentos escudos menores de ouro batido, empregando três quilos e seiscentos gramas de ouro em cada escudo. E o rei os pôs na Casa do Bosque do Líbano.

17O rei fez também um grande trono de marfim e o cobriu de ouro puro. 18O trono tinha seis degraus e um estrado de ouro ligado a ele. De ambos os lados do assento havia um braço, e a figura de um leão junto a cada um dos braços. 19Doze leões estavam ali sobre os seis degraus, um em cada extremo destes. Nunca se havia feito obra semelhante em nenhum outro reino.

20Todas as taças que o rei Salomão usava para beber eram de ouro, e também de ouro puro eram todos os objetos da Casa do Bosque do Líbano. Nos dias de Salomão não se dava nenhum valor à prata. 21Porque o rei tinha navios que iam a Társis, com os servos de Hirão. De três em três anos, os navios voltavam de Társis, trazendo ouro, prata, marfim, bugios e pavões.

22Assim, o rei Salomão excedeu a todos os reis do mundo, tanto em riqueza como em sabedoria. 23Todos os reis do mundo queriam ver Salomão para ouvir a sabedoria que Deus tinha posto no coração dele. 24Cada um trazia o seu presente: objetos de prata e de ouro, roupas, armaduras, especiarias, cavalos e mulas. E foi assim ano após ano.

25Salomão tinha quatro mil cavalos em estrebarias, para os seus carros de guerra, e doze mil cavaleiros, que colocou nas cidades onde mantinha os carros, deixando uma parte junto ao rei, em Jerusalém. 26Salomão dominava sobre todos os reis desde o Eufrates até a terra dos filisteus e até a fronteira do Egito. 27O rei fez com que, em Jerusalém, a prata fosse tão comum como as pedras e os cedros fossem tão numerosos como os sicômoros que estão na Sefelá. 28Importavam-se cavalos para Salomão, do Egito e de todas as terras.

A morte de Salomão

1Rs 11.41-43

29Quanto aos demais atos de Salomão, tanto os primeiros como os últimos, não está tudo escrito no Livro da História de Natã, o profeta, e na Profecia de Aías, o silonita, e nas Visões de Ido, o vidente, a respeito de Jeroboão, filho de Nebate? 30Salomão reinou sobre todo o Israel, em Jerusalém, durante quarenta anos. 31Salomão morreu e foi sepultado na Cidade de Davi, seu pai, e Roboão, seu filho, reinou em seu lugar.

2Crônicas 9NAAAbrir na Bíblia

O reinado de Josafá, de Judá

1Em lugar de Asa, reinou o seu filho Josafá, que se fortificou contra Israel. 2Ele pôs tropas em todas as cidades fortificadas de Judá e estabeleceu guarnições na terra de Judá e nas cidades de Efraim, que Asa, seu pai, havia conquistado. 3O Senhor esteve com Josafá, porque ele andou nos primeiros caminhos de Davi, seu pai, e não buscou os baalins. 4Pelo contrário, buscou o Deus de seu pai e andou nos seus mandamentos, e não segundo as obras de Israel. 5O Senhor confirmou o reino nas suas mãos, e todo o Judá deu presentes a Josafá, de modo que ele teve riquezas e glória em abundância. 6O coração dele se tornou ousado em seguir os caminhos do Senhor, e ainda tirou os lugares altos e os postes da deusa Aserá que havia em Judá.

7No terceiro ano do seu reinado, Josafá enviou os seus oficiais Ben-Hail, Obadias, Zacarias, Natanael e Micaías, para ensinarem nas cidades de Judá. 8Com eles enviou os levitas Semaías, Netanias, Zebadias, Asael, Semiramote, Jônatas, Adonias, Tobias e Tobe-Adonias. E, com estes levitas, enviou os sacerdotes Elisama e Jeorão. 9Eles ensinaram em Judá, tendo consigo o Livro da Lei do Senhor; percorriam todas as cidades de Judá e ensinavam o povo.

10O terror do Senhor veio sobre todos os reinos das terras que estavam ao redor de Judá, de maneira que não fizeram guerra contra Josafá. 11Alguns dos filisteus trouxeram presentes a Josafá e prata como tributo. Também os árabes lhe trouxeram sete mil e setecentos carneiros e sete mil e setecentos bodes. 12Josafá se tornou cada vez mais poderoso, e construiu fortalezas e cidades-armazéns em Judá. 13Empreendeu muitas obras nas cidades de Judá e tinha, em Jerusalém, gente de guerra e homens valentes. 14Este é o número deles segundo as suas famílias: em Judá, eram capitães de mil: o chefe Adna e, com ele, trezentos mil homens valentes; 15depois dele, o capitão Joanã e, com ele, duzentos e oitenta mil homens; 16e, depois, Amasias, filho de Zicri, que voluntariamente se ofereceu ao serviço do Senhor, e, às suas ordens, duzentos mil homens valentes. 17De Benjamim, Eliada, homem valente, e, com ele, duzentos mil homens, armados de arco e de escudo; 18depois dele, Jozabade, com cento e oitenta mil homens armados para a guerra. 19Estes estavam a serviço do rei, além dos que o rei tinha posto nas cidades fortificadas por todo o Judá.

2Crônicas 17NAAAbrir na Bíblia

Oração pela libertação do povo

Salmo didático de Asafe

1Ó Deus, por que nos rejeitas

para sempre?

Por que se acende a tua ira

contra as ovelhas do teu pasto?

2Lembra-te da tua congregação,

que adquiriste

desde a antiguidade,

que remiste para ser

a tribo da tua herança.

Lembra-te do monte Sião,

no qual tens habitado.

3Dirige os teus passos

para as ruínas perpétuas,

para tudo de mau que o inimigo

fez no santuário.

4Os teus adversários bramam

no lugar das assembleias

e erguem as suas próprias insígnias

como sinais.

5Parecem-se com os que

empunham os seus machados

no espesso da floresta;

6e agora, com os seus machados

e martelos,

destroem todos os entalhes

de madeira.

7Incendeiam o teu santuário;

profanam a morada do teu nome,

arrasando-a até o chão.

8Disseram no seu coração:

“Acabemos com eles

de uma vez.”

Queimaram todos os lugares santos

de Deus na terra.

9Já não vemos os nossos sinais;

já não há profeta;

nem há, entre nós, quem saiba

até quando isso vai durar.

10Até quando, ó Deus, o adversário

nos afrontará?

Será que o inimigo blasfemará

o teu nome para sempre?

11Por que retiras a tua mão,

sim, a tua mão direita,

e a conservas no teu seio?

12Mas Deus é meu Rei

desde a antiguidade;

ele é quem opera feitos salvadores

no meio da terra.

13Tu, com o teu poder,

dividiste o mar;

esmagaste sobre as águas

a cabeça dos monstros

marinhos.

14Despedaçaste as cabeças

do Leviatã

e o deste por alimento

às criaturas do deserto.

15Tu abriste fontes e ribeiros;

secaste rios caudalosos.

16Teu é o dia;

tua também é a noite;

a luz e o sol, tu os formaste.

17Fixaste os confins da terra;

verão e inverno, tu os fizeste.

18Lembra-te disto: o inimigo

tem insultado o Senhor,

e um povo insensato

tem blasfemado o teu nome.

19Não entregues à rapina

a vida de tua pomba,

nem te esqueças para sempre

da vida dos teus aflitos.

20Lembra-te da tua aliança,

pois os lugares tenebrosos da terra

estão cheios de moradas

de violência.

21Não fique envergonhado

o oprimido;

que o aflito e o necessitado

louvem o teu nome.

22Levanta-te, ó Deus,

e defende a tua causa;

lembra-te de como o ímpio

te afronta todos os dias.

23Não te esqueças da gritaria

dos teus inimigos,

do sempre crescente tumulto

dos teus adversários.

Salmos 74NAAAbrir na Bíblia

Deus e o seu povo

Salmo didático de Asafe

1Meu povo, escute a minha lei;

dê ouvidos às palavras

da minha boca.

2Abrirei os meus lábios

para proferir parábolas

e publicarei enigmas

dos tempos antigos.

3O que ouvimos e aprendemos,

o que os nossos pais

nos contaram,

4não o encobriremos

a seus filhos;

contaremos à geração vindoura

os louvores do Senhor,

e o seu poder,

e as maravilhas que fez.

5Ele estabeleceu

um testemunho em Jacó,

e instituiu uma lei em Israel,

e ordenou aos nossos pais

que os transmitissem a seus filhos,

6a fim de que a nova geração

os conhecesse,

e os filhos que ainda hão de nascer

se levantassem e, por sua vez,

os contassem

aos seus descendentes;

7para que pusessem

a sua confiança em Deus

e não se esquecessem

dos feitos de Deus,

mas lhe observassem

os mandamentos;

8e que não fossem,

como seus pais,

geração obstinada e rebelde,

geração de coração inconstante,

e cujo espírito não foi fiel a Deus.

9Os filhos de Efraim,

embora armados com arcos,

bateram em retirada

no dia do combate.

10Não guardaram

a aliança de Deus,

não quiseram andar na sua lei;

11esqueceram-se das suas obras

e das maravilhas

que lhes havia mostrado.

12Deus fez prodígios

na presença de seus pais

na terra do Egito, no campo de Zoã.

13Dividiu o mar

e os fez passar por ele;

fez parar as águas

como um montão.

14Durante o dia,

os guiou com uma nuvem

e de noite,

com um clarão de fogo.

15No deserto, fendeu rochas

e lhes deu de beber

abundantemente

como de abismos.

16Da pedra fez brotar torrentes,

fez manar água como rios.

17Mas, ainda assim, continuaram

a pecar contra ele

e se rebelaram, no deserto,

contra o Altíssimo.

18Tentaram a Deus no seu coração,

pedindo alimento

que lhes fosse do gosto.

19Falaram contra Deus, dizendo:

“Será que Deus pode preparar-nos

uma mesa no deserto?

20É verdade que ele feriu a rocha,

e dela manaram águas,

transbordaram as torrentes.

Mas será que ele pode

dar-nos pão também?

Ou fornecer carne

para o seu povo?”

21Ouvindo isto,

o Senhor ficou indignado;

acendeu-se fogo contra Jacó,

e também se levantou

o seu furor contra Israel,

22porque não creram em Deus,

nem confiaram na sua salvação.

23Mesmo assim,

deu ordens às nuvens

e abriu as portas dos céus;

24fez chover maná sobre eles,

para alimentá-los,

e lhes deu cereal do céu.

25Todos comeram o pão dos anjos;

ele enviou-lhes comida à vontade.

26Fez soprar no céu

o vento do Oriente

e pelo seu poder conduziu

o vento do Sul.

27Também fez chover sobre eles

carne como poeira

e aves numerosas

como a areia do mar.

28Fez com que caíssem

no meio do arraial deles,

ao redor de suas tendas.

29Então comeram

e se fartaram a valer;

pois lhes fez o que desejavam.

30Porém não reprimiram o apetite.

Ainda tinham o alimento na boca,

31quando se elevou contra eles

a ira de Deus,

e entre os seus mais robustos

semeou a morte,

e prostrou os jovens de Israel.

32Apesar de tudo isso,

continuaram a pecar

e não creram

nas maravilhas de Deus.

33Por isso, ele fez

com que os seus dias

se dissipassem num sopro

e os seus anos, em súbito terror.

34Quando os fazia morrer,

eles o buscavam;

arrependidos, procuravam Deus.

35Lembravam-se de que Deus

era a sua rocha

e o Deus Altíssimo, o seu Redentor.

36Lisonjeavam-no, porém de boca,

e com a língua lhe mentiam.

37Porque o coração deles

não era firme para com ele,

nem foram fiéis à sua aliança.

38Ele, porém, que é misericordioso,

perdoa a iniquidade e não destrói;

muitas vezes desvia a sua ira

e não desperta

toda a sua indignação.

39Lembra-se de que eles são

simples mortais,

vento que passa e não volta mais.

40Quantas vezes se rebelaram

contra ele no deserto

e nos lugares áridos

lhe causaram tristeza!

41Tornaram a pôr Deus à prova,

ofenderam o Santo de Israel.

42Não se lembraram do poder dele,

nem do dia em que os resgatou

do adversário;

43de como no Egito

ele operou os seus sinais

e os seus prodígios,

no campo de Zoã;

44e transformou em sangue

os rios deles,

para que das suas correntes

não bebessem.

45Enviou contra eles

enxames de moscas

que os devorassem

e rãs que os destruíssem.

46Entregou às lagartas

as suas colheitas

e aos gafanhotos,

o fruto do seu trabalho.

47Com chuvas de pedra

lhes destruiu as vinhas

e os seus sicômoros, com geada.

48Entregou ao granizo o gado deles

e aos raios, os seus rebanhos.

49Lançou contra eles

o furor da sua ira:

cólera, indignação e calamidade,

legião de anjos

portadores de males.

50Deu livre curso à sua ira;

não poupou da morte a alma deles,

mas entregou a vida deles à peste.

51Matou todos

os primogênitos no Egito,

as primícias do vigor

nas tendas de Cam.

52Fez sair o seu povo como ovelhas

e o guiou pelo deserto,

como um rebanho.

53Dirigiu-o com segurança,

e não tiveram medo,

ao passo que o mar

submergiu os seus inimigos.

54Levou-os até a sua terra santa,

até o monte que

a sua mão direita adquiriu.

55Da presença deles

expulsou as nações,

cuja região repartiu com eles

por herança;

e nas suas tendas fez habitar

as tribos de Israel.

56Ainda assim, tentaram

o Deus Altíssimo,

e a ele resistiram,

e não lhe guardaram

os testemunhos.

57Tornaram atrás e foram infiéis

como os seus pais;

desviaram-se

como um arco enganoso.

58Pois o provocaram à ira

com os seus lugares altos

e com as suas imagens de escultura

despertaram o seu ciúme.

59Deus ouviu isso e se indignou;

rejeitou completamente

o povo de Israel.

60Por isso, abandonou

o tabernáculo de Siló,

a tenda de sua morada

aqui na terra,

61e passou a arca da aliança

ao cativeiro,

e a sua glória, à mão do adversário.

62Entregou o seu povo à espada

e se encolerizou

contra a sua própria herança.

63O fogo devorou os jovens deles,

e as suas donzelas

não tiveram canto nupcial.

64Os seus sacerdotes

caíram à espada,

e as suas viúvas

não fizeram lamentações.

65Então o Senhor despertou

como de um sono,

como um valente que grita

excitado pelo vinho;

66fez recuar a golpes

os seus adversários

e os entregou

a perpétuo desprezo.

67Além disso, rejeitou

a tenda de José

e não elegeu a tribo de Efraim.

68Pelo contrário,

escolheu a tribo de Judá,

o monte Sião, que ele amava.

69E construiu o seu santuário

durável como os céus

e firme como a terra

que estabeleceu para sempre.

70Também escolheu

o seu servo Davi,

e o tirou do aprisco das ovelhas,

71do cuidado das ovelhas

e suas crias,

para ser o pastor de Jacó, seu povo,

e de Israel, sua herança.

72E ele os apascentou

segundo a integridade

do seu coração

e os dirigiu com sábias mãos.

Salmos 78NAAAbrir na Bíblia
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