Sociedade Bíblica do Brasil
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Dia 57 na Palavra

Texto(s) da Bíblia

A cura de um paralítico em Cafarnaum

Mt 9.1-8; Lc 5.17-26

1Dias depois, Jesus entrou de novo em Cafarnaum, e logo se ouviu dizer que ele estava em casa. 2Muitos se reuniram ali, a ponto de não haver lugar nem mesmo junto à porta. E Jesus anunciava-lhes a palavra. 3Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. 4E, não podendo aproximar-se de Jesus, por causa da multidão, removeram o telhado no ponto correspondente ao lugar onde Jesus se encontrava e, pela abertura, desceram o leito em que o paralítico estava deitado. 5Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico:

— Filho, os seus pecados estão perdoados.

6Alguns escribas estavam sentados ali e pensavam em seu coração:

7— Como ele se atreve a falar assim? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, a não ser um, que é Deus?

8E Jesus, percebendo imediatamente em seu espírito que eles assim pensavam, disse-lhes:

— Por que vocês estão pensando essas coisas em seu coração? 9O que é mais fácil? Dizer ao paralítico: “Os seus pecados estão perdoados”, ou dizer: “Levante-se, tome o seu leito e ande”? 10Mas isto é para que vocês saibam que o Filho do Homem tem autoridade sobre a terra para perdoar pecados.

E disse ao paralítico:

11— Eu digo a você: Levante-se, pegue o seu leito e vá para casa.

12Ele se levantou e, no mesmo instante, pegando o leito, retirou-se à vista de todos, a ponto de todos se admirarem e darem glória a Deus, dizendo:

— Jamais vimos coisa assim!

O chamado de Levi

Mt 9.9-13; Lc 5.27-32

13De novo, Jesus foi para junto do mar, e toda a multidão vinha ao encontro dele, e ele os ensinava. 14Quando ia passando, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria e lhe disse:

— Siga-me!

Ele se levantou e o seguiu.

15Achando-se Jesus à mesa, na casa de Levi, estavam junto com ele e com os seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque estes eram muitos e também o seguiam. 16Os escribas dos fariseus, vendo Jesus comer em companhia dos pecadores e publicanos, perguntavam aos discípulos dele:

— Por que ele come e bebe com os publicanos e pecadores?

17Tendo ouvido isto, Jesus lhes respondeu:

— Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; eu não vim chamar justos, e sim pecadores.

A questão do jejum

Mt 9.14-17; Lc 5.33-39

18Ora, os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Algumas pessoas foram perguntar a Jesus:

— Por que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, mas os seus discípulos não jejuam?

19Jesus respondeu:

— Como podem os convidados para o casamento jejuar enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que o noivo estiver presente, não podem jejuar. 20No entanto, virão dias em que o noivo lhes será tirado, e então, naquele dia, eles vão jejuar. 21Ninguém costura um remendo de pano novo em roupa velha; porque o remendo novo tira um pedaço da roupa velha, e o buraco fica ainda maior. 22E ninguém põe vinho novo em odres velhos, porque, se fizer isso, o vinho romperá os odres e se perdem tanto o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos.

Jesus é senhor do sábado

Mt 12.1-8; Lc 6.1-5

23Aconteceu que, num sábado, Jesus atravessava as searas, e os seus discípulos, ao passar, começaram a colher espigas. 24Então os fariseus disseram a Jesus:

— Olhe! Por que eles estão fazendo o que não é lícito aos sábados?

25Ele lhes respondeu:

— Vocês nunca leram o que Davi fez quando se viu em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? 26Como entrou na Casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, os quais só aos sacerdotes era lícito comer, e ainda deu esses pães aos seus companheiros?

27E Jesus acrescentou:

— O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. 28Assim, o Filho do Homem é senhor também do sábado.

Marcos 2NAAAbrir na Bíblia

O homem da mão ressequida

Mt 12.9-14; Lc 6.6-11

1De novo, Jesus entrou na sinagoga. E estava ali um homem que tinha uma das mãos ressequida. 2E estavam observando Jesus para ver se curaria aquele homem no sábado, a fim de o acusarem. 3Jesus disse ao homem da mão ressequida:

— Venha aqui para o meio!

4Então lhes perguntou:

— É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixar morrer?

Mas eles ficaram em silêncio. 5Então Jesus, olhando em volta, indignado e entristecido com a dureza de coração daquelas pessoas, disse ao homem:

— Estenda a mão.

O homem estendeu a mão, e ela lhe foi restaurada. 6Os fariseus saíram dali e, com os herodianos, logo começaram a conspirar contra Jesus, procurando ver como o matariam.

Jesus cura muitos à beira-mar

7Jesus se retirou com os seus discípulos para o mar. Uma grande multidão o seguia. Eram pessoas que tinham vindo da Galileia, da Judeia, 8de Jerusalém, da Idumeia, do outro lado do Jordão e dos arredores de Tiro e de Sidom, porque ouviam falar das coisas que Jesus fazia. 9Então recomendou aos seus discípulos que sempre lhe tivessem pronto um barquinho, por causa da multidão, a fim de não o apertarem. 10Pois curava muitas pessoas, de modo que todos os que tinham alguma enfermidade se esforçavam para chegar perto, a fim de poderem tocar nele. 11Também os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e gritavam:

— Você é o Filho de Deus!

12Mas Jesus lhes advertia severamente que não o expusessem à publicidade.

Os doze apóstolos

Mt 10.1-4; Lc 6.12-16

13Depois, Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis, e vieram para junto dele. 14Então designou doze, aos quais chamou de apóstolos, para estarem com ele e para os enviar a pregar 15e a exercer a autoridade de expulsar demônios. 16Eis os doze que designou: Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro; 17Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer “filhos do trovão”; 18André, Filipe, Bartolomeu, Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Tadeu; Simão, o Zelote; 19e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu.

Jesus e Belzebu

Mt 12.22-32; Lc 11.14-23; 12.10

20Então Jesus foi para casa. E outra vez se ajuntou uma multidão, de tal modo que nem podiam comer. 21E, quando os parentes de Jesus ouviram isto, saíram para prendê-lo, porque diziam:

— Está fora de si.

22Os escribas, que tinham vindo de Jerusalém, diziam:

— Ele está possuído de Belzebu. Ele expulsa os demônios pelo poder do maioral dos demônios.

23Então, convocando-os, Jesus lhes disse, por meio de parábolas:

— Como pode Satanás expulsar Satanás? 24Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode subsistir. 25Se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir. 26Se Satanás se levantou contra si mesmo e está dividido, não pode subsistir; é o seu fim. 27Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só então saqueará a casa dele. 28Em verdade lhes digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem. 29Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão, visto que é réu de pecado eterno.

30Jesus disse isto porque diziam: “Está possuído de um espírito imundo.”

A mãe e os irmãos de Jesus

Mt 12.46-50; Lc 8.19-21

31Nisto, chegaram a mãe e os irmãos de Jesus e, tendo ficado do lado de fora, mandaram chamá-lo. 32Muita gente estava sentada ao redor de Jesus, e alguns lhe disseram:

— Olhe, a sua mãe, os seus irmãos e as suas irmãs estão lá fora, procurando o senhor.

33Então Jesus perguntou:

— Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?

34E, olhando em volta para os que estavam sentados ao seu redor, disse:

— Eis minha mãe e meus irmãos. 35Portanto, aquele que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

Marcos 3NAAAbrir na Bíblia

Davi e o filho de Jônatas

1Um dia Davi perguntou:

— Será que resta ainda alguém da família de Saul, para que eu use de bondade para com ele, por causa de Jônatas?

2Havia um servo na casa de Saul cujo nome era Ziba. Chamaram-no, pedindo que viesse falar com Davi. O rei perguntou:

— Você é Ziba?

Ele respondeu:

— Sou eu mesmo, seu servo.

3Então Davi perguntou:

— Existe mais alguém da família de Saul para que eu use da bondade de Deus para com ele?

Ziba respondeu:

— Ainda existe um filho de Jônatas, aleijado de ambos os pés.

Então o rei perguntou:

4— E onde está ele?

Ziba respondeu:

— Ele está na casa de Maquir, filho de Amiel, em Lo-Debar.

5Então o rei Davi mandou trazê-lo de Lo-Debar, da casa de Maquir, filho de Amiel.

6Quando Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, chegou diante de Davi, inclinou-se, prostrando-se com o rosto em terra. Davi disse:

— Mefibosete!

Ele respondeu:

— Aqui estou. Às suas ordens!

7Então Davi lhe disse:

— Não tenha medo, porque serei bondoso com você por causa de Jônatas, seu pai. Vou restituir a você todas as terras de Saul, seu pai, e você sentará sempre à minha mesa para comer.

8Então Mefibosete se inclinou e disse:

— Quem é este seu servo, para que o meu senhor tenha olhado para um cão morto como eu?

9Então Davi chamou Ziba, servo de Saul, e lhe disse:

— Tudo o que pertencia a Saul e a toda a casa dele eu dei ao neto de seu senhor. 10Você, os seus filhos e os seus servos cultivarão a terra para ele e recolherão os frutos, para que a casa de seu senhor tenha o que comer. Porém Mefibosete, neto de seu senhor, sentará sempre à minha mesa para comer.

Ziba tinha quinze filhos e vinte servos. 11Ziba disse ao rei:

— Farei tudo o que o rei, meu senhor, ordena a este seu servo.

E assim Mefibosete passou a fazer as refeições à mesa de Davi, como um dos filhos do rei. 12Mefibosete tinha um filho pequeno chamado Mica. Todos os que moravam na casa de Ziba eram servos de Mefibosete. 13Mefibosete morava em Jerusalém, porque fazia as refeições sempre à mesa do rei. Ele era coxo de ambos os pés.

2Samuel 9NAAAbrir na Bíblia

Amnom e Tamar

1Passado algum tempo, aconteceu o seguinte. Absalão, filho de Davi, tinha uma irmã muito bonita, cujo nome era Tamar. Amnom, filho de Davi, apaixonou-se por ela. 2Amnom ficou angustiado por causa de Tamar, sua irmã, a ponto de adoecer, pois, sendo ela virgem, parecia impossível para ele fazer alguma coisa com ela. 3Mas Amnom tinha um amigo que se chamava Jonadabe, filho de Simeia, irmão de Davi. Jonadabe era um homem muito esperto. 4E ele disse a Amnom:

— Por que você está emagrecendo tanto dia após dia, ó filho do rei? Por que não me conta o que está acontecendo?

Então Amnom disse:

— Estou apaixonado por Tamar, irmã de Absalão, meu irmão por parte de pai.

5Jonadabe respondeu:

— Deite-se na sua cama e finja que está doente. Quando o seu pai vier visitá-lo, diga-lhe: “Por favor, permita que a minha irmã Tamar venha e me dê de comer. Que ela prepare a comida diante de mim, para que eu coma de sua mão.”

6E assim Amnom deitou-se e fingiu que estava doente. Quando o rei foi visitá-lo, Amnom lhe disse:

— Por favor, permita que a minha irmã Tamar venha e prepare dois bolos diante de mim, para que eu coma de sua mão.

7Então Davi mandou dizer a Tamar em seu palácio:

— Por favor, vá à casa de seu irmão Amnom e prepare alguma comida para ele.

8Tamar foi à casa de Amnom, seu irmão, e ele estava deitado. Ela pegou a massa e a amassou, fez bolos diante dele e os assou. 9Pegou a assadeira e tirou os bolos diante dele, mas ele não quis comer. Amnom disse:

— Mandem que todos saiam da minha presença.

E todos saíram. 10E Amnom disse a Tamar:

— Traga a comida ao meu quarto, e comerei da sua mão.

Tamar pegou os bolos que havia feito e os levou a Amnom, seu irmão, no quarto. 11Quando ela oferecia os bolos para que ele comesse, Amnom agarrou-a e lhe disse:

— Venha, deite-se comigo, minha irmã.

12Porém ela respondeu:

— Não, meu irmão, não me force, porque não se faz uma coisa dessas em Israel. Não faça essa loucura! 13Porque, aonde iria eu com a minha vergonha? E você seria como um dos loucos de Israel. Agora, por favor, fale com o rei; ele não impedirá que eu case com você.

14Mas Amnom não quis dar ouvidos ao que Tamar dizia; pelo contrário, sendo mais forte do que ela, forçou-a e teve relações com ela.

15Depois Amnom sentiu por ela grande aversão, e maior era a aversão que sentiu por ela do que o amor com que a tinha amado. Então disse:

— Levante-se e saia daqui!

16Mas Tamar respondeu:

— Não, meu irmão! Porque mandar-me embora seria um mal maior do que o outro que você me fez.

Porém ele não a quis ouvir. 17Chamou o moço que o servia e lhe disse:

— Ponha esta mulher para fora e tranque a porta.

18Tamar vestia uma túnica talar de mangas compridas, porque assim se vestiam as filhas do rei que ainda eram virgens. O servo a pôs para fora e trancou a porta. 19Então Tamar colocou cinza sobre a cabeça, rasgou a túnica talar de mangas compridas que vestia, pôs as mãos sobre a cabeça e saiu, andando e clamando. 20Absalão, seu irmão, lhe disse:

— Foi o seu irmão Amnom que esteve com você? Agora, minha irmã, fique calada; ele é seu irmão. Que o seu coração não fique angustiado por causa disso.

E assim Tamar, desolada, ficou na casa de Absalão, seu irmão. 21Quando o rei Davi soube de tudo isso, ficou furioso. 22Porém Absalão não falou com Amnom nem mal nem bem, porque odiava Amnom, por ter este violentado Tamar, sua irmã.

23Passados dois anos, Absalão tosquiava as suas ovelhas em Baal-Hazor, perto de Efraim, e convidou todos os filhos do rei para irem até lá. 24Absalão foi falar com o rei e disse:

— Eis que este seu servo está fazendo a tosquia das ovelhas. Peço que o rei e os seus servidores acompanhem este seu servo.

25O rei, porém, disse a Absalão:

— Não, meu filho, não vamos todos juntos, para não sermos pesados a você.

Absalão insistiu, mas o rei não quis ir; contudo, o abençoou. 26Então Absalão disse:

— Se o rei não quer ir, pelo menos deixe que meu irmão Amnom nos acompanhe.

Porém o rei lhe disse:

— Por que ele iria com você?

27Absalão insistiu, e o rei deixou que Amnom e todos os filhos do rei fossem com ele. 28Absalão deu ordem aos seus moços, dizendo:

— Fiquem atentos! Quando o coração de Amnom estiver alegre de vinho, e eu der uma ordem para matá-lo, então matem-no. Não tenham medo, pois sou eu quem está ordenando. Sejam fortes e valentes.

29E os moços de Absalão fizeram com Amnom como Absalão lhes havia ordenado. Então todos os filhos do rei se levantaram, cada um montou a sua mula, e fugiram.

30Estavam eles ainda a caminho, quando chegou a Davi esta notícia: “Absalão matou todos os filhos do rei, e nenhum deles escapou.” 31Então o rei se levantou, rasgou as suas roupas e se lançou por terra. E todos os seus servos que estavam presentes rasgaram também as suas roupas. 32Mas Jonadabe, filho de Simeia, irmão de Davi, tomou a palavra e disse:

— Não pense o meu senhor que mataram todos os jovens, filhos do rei, porque somente Amnom morreu. Absalão tinha resolvido fazer isso, desde o dia em que a sua irmã Tamar foi violentada por Amnom. 33Portanto, que o rei, meu senhor, não ponha na cabeça essa ideia de que todos os filhos do rei morreram, porque só Amnom morreu.

34Enquanto isso, Absalão fugiu. O moço que estava de guarda, levantando os olhos, viu que vinha muito povo pelo caminho por detrás dele, pelo lado do monte. 35Então Jonadabe disse ao rei:

— Eis aí vêm os filhos do rei! Como este seu servo falou, assim aconteceu.

36Mal tinha ele acabado de falar, chegaram os filhos do rei e, levantando a voz, choraram. Também o rei e todos os seus servos choraram amargamente.

37Absalão, porém, fugiu e foi ficar com Talmai, filho de Amiúde, rei de Gesur. E Davi pranteava por seu filho todos os dias. 38Assim, Absalão fugiu, indo para Gesur, onde ficou três anos. 39Então o rei Davi cessou de perseguir Absalão, porque já tinha se consolado a respeito de Amnom, que era morto.

2Samuel 13NAAAbrir na Bíblia

O banquete do rei Belsazar

1O rei Belsazar deu um grande banquete a mil homens importantes do seu reino e bebeu vinho na presença deles. 2Enquanto Belsazar bebia e apreciava o vinho, mandou trazer os utensílios de ouro e de prata que Nabucodonosor, o seu pai, havia tirado do templo de Jerusalém, para que ele, os homens importantes do reino e as mulheres e concubinas do rei os usassem para beber vinho. 3Então trouxeram os utensílios de ouro, que haviam sido tirados do templo da Casa de Deus em Jerusalém, e beberam neles o rei, os homens importantes do reino e as mulheres e concubinas do rei. 4Beberam o vinho e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra.

5No mesmo instante, apareceram uns dedos de mão humana, que começaram a escrever na parede caiada do palácio real, no lugar iluminado pelo candelabro; e o rei via os dedos que estavam escrevendo. 6Então o semblante do rei empalideceu, e os seus pensamentos o deixaram perturbado; as suas pernas bambearam, e os seus joelhos batiam um no outro. 7O rei ordenou, em voz alta, que fossem chamados os encantadores, os caldeus e os feiticeiros. O rei disse aos sábios da Babilônia:

— Aquele que ler o que está escrito na parede e me declarar a sua interpretação será vestido de púrpura, receberá uma corrente de ouro para pôr no pescoço e será o terceiro homem mais importante do meu reino.

8Então entraram todos os sábios do rei, mas não puderam ler o que estava escrito na parede, nem revelar ao rei a sua interpretação. 9Com isto, o rei Belsazar ficou muito perturbado e o seu semblante se tornou cada vez mais pálido. Os homens importantes do reino estavam perplexos.

10A rainha-mãe, que tinha ouvido os gritos do rei e dos homens importantes do reino, entrou na sala do banquete e disse:

— Que o rei viva eternamente! Não deixe que os seus pensamentos o perturbem, nem fique assim tão pálido. 11Há aqui no seu reino um homem que tem o espírito dos santos deuses. Nos dias de seu pai, se achou nele luz, inteligência e sabedoria como a sabedoria dos deuses. O seu pai, o rei Nabucodonosor, sim, o seu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos caldeus e dos feiticeiros, 12porque nesse Daniel, a quem o rei tinha dado o nome de Beltessazar, se acharam espírito excelente, conhecimento e inteligência, interpretação de sonhos, declaração de enigmas e solução de casos difíceis. Portanto, chame Daniel, e ele dará a interpretação.

13Então Daniel foi levado à presença do rei. O rei falou com Daniel e lhe perguntou:

— Você é aquele Daniel, dos exilados de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá? 14Tenho ouvido dizer a seu respeito que o espírito dos deuses está em você, e que em você se acham luz, inteligência e excelente sabedoria. 15Acabam de ser trazidos à minha presença os sábios e os encantadores, para lerem o que está escrito na parede e me darem a sua interpretação. Mas eles não puderam dar a interpretação dessas palavras. 16Eu, porém, tenho ouvido dizer que você é capaz de dar interpretações e solucionar casos difíceis. Portanto, se você puder ler o que está escrito e me revelar a sua interpretação, você será vestido de púrpura, receberá uma corrente de ouro para pôr no pescoço e será o terceiro homem mais importante do meu reino.

17Então Daniel respondeu e disse na presença do rei:

— O senhor pode ficar com os seus presentes e dar as suas recompensas a outra pessoa. No entanto, vou ler para o rei o que está escrito na parede e lhe darei a interpretação. 18Ó rei, o Deus Altíssimo deu o reino a Nabucodonosor, seu pai, bem como grandeza, glória e majestade. 19Por causa da grandeza que lhe deu, pessoas de todos os povos, nações e línguas tremiam e temiam diante dele. Matava a quem queria e a quem queria deixava com vida; exaltava uns e humilhava outros. 20Mas, quando o coração dele se elevou, e o seu espírito se tornou orgulhoso e arrogante, foi derrubado do seu trono real e perdeu toda a sua glória. 21Foi expulso do meio dos filhos dos homens, o seu coração foi feito semelhante ao dos animais, e passou a morar com os jumentos selvagens. Comia capim como os bois e o seu corpo foi molhado pelo orvalho do céu, até que reconheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre os reinos do mundo e os dá a quem ele quer.

22— E o senhor, rei Belsazar, que é filho de Nabucodonosor, não humilhou o seu coração, mesmo sabendo de tudo isso. 23Pelo contrário, se levantou contra o Senhor do céu, mandando trazer os utensílios do templo dele, para que o senhor, ó rei, as suas mulheres e concubinas, juntamente com os homens importantes do reino, bebessem vinho neles. Além disso, o senhor deu louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não veem, não ouvem e não sabem nada. Mas o senhor não deu glória a Deus, em cuja mão estão a sua vida e todos os seus caminhos. 24É por isso que ele enviou aquela mão que escreveu na parede. 25E o que está escrito é isto: Mene, Mene, Tequel e Parsim.

26— Esta é a interpretação daquilo: Mene: Deus contou os dias do seu reinado, ó rei, e pôs um fim nele. 27Tequel: Você foi pesado na balança e achado em falta. 28Peres: O seu reino foi dividido e entregue aos medos e aos persas.

29Então Belsazar mandou que vestissem Daniel de púrpura, que lhe pusessem uma corrente de ouro no pescoço, e que proclamassem que passaria a ser o terceiro no governo do seu reino.

30Naquela mesma noite, Belsazar, rei dos caldeus, foi morto. 31E Dario, o medo, se apoderou do reino, quando tinha mais ou menos sessenta e dois anos de idade.

Daniel 5NAAAbrir na Bíblia

O sonho sobre os quatro animais

1No primeiro ano do reinado de Belsazar, rei da Babilônia, Daniel teve um sonho, e visões passaram diante de seus olhos, quando ele estava deitado em sua cama. Logo depois ele escreveu o sonho, fazendo um resumo de todas as coisas. 2Daniel disse:

— Eu estava olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o grande mar. 3Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar.

4— O primeiro era como um leão e tinha asas de águia. Enquanto eu olhava, as suas asas foram arrancadas, ele foi levantado da terra e posto em pé, para que andasse como homem; e foi dada a ele uma mente humana.

5— A seguir, apareceu o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou sobre um dos seus lados. Na boca, entre os dentes, trazia três costelas. E lhe diziam: “Levante-se e devore muita carne.”

6— Depois disto, continuei olhando, e eis que apareceu outro animal, semelhante a um leopardo. Tinha nas costas quatro asas de ave. Este animal tinha também quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.

7— Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e apareceu o quarto animal, terrível, espantoso e muito forte. Tinha grandes dentes de ferro. Ele devorava, fazia em pedaços e pisava com os pés o que sobrava. Era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres.

8— Enquanto eu observava os chifres, eis que entre eles subiu outro chifre, pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados. E eis que neste chifre havia olhos, como olhos de ser humano, e uma boca que falava com arrogância.

A visão de Deus

9“Continuei olhando,

até que foram postos uns tronos,

e o Ancião de Dias se assentou.

Sua roupa era branca como a neve,

e os cabelos da cabeça

eram como a lã pura.

O seu trono eram chamas de fogo,

e as rodas do trono

eram fogo ardente.

10Um rio de fogo manava

e saía de diante dele.

Milhares de milhares o serviam,

e milhões de milhões

estavam diante dele.

Foi instalada a sessão do tribunal

e foram abertos os livros.”

11— Continuei olhando, por causa do som das palavras arrogantes que o chifre proferia. Fiquei olhando e vi que o animal foi morto, e o seu corpo foi destruído e entregue para ser queimado. 12Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio, mas foi-lhes dada prolongação de vida por um prazo e um tempo.

13“Eu estava olhando

nas minhas visões da noite.

E eis que vinha

com as nuvens do céu

alguém como um filho do homem.

Ele se dirigiu ao Ancião de Dias,

e o fizeram chegar até ele.

14Foi-lhe dado o domínio,

a glória e o reino,

para que as pessoas de todos

os povos, nações e línguas

o servissem.

O seu domínio é domínio eterno,

que não passará,

e o seu reino

jamais será destruído.”

15— Eu, Daniel, fiquei alarmado, e as visões que passaram diante dos meus olhos me perturbaram. 16Então me dirigi a um dos que estavam ali perto e lhe pedi a verdade a respeito de tudo isso. Ele falou comigo e me fez saber a interpretação das coisas: 17“Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis que se levantarão da terra. 18Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade a eternidade.”

19— Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro, cujas garras eram de bronze, que devorava, fazia em pedaços e pisava com os pés o que sobrava. 20Também quis saber a respeito dos dez chifres que ele tinha na cabeça e do outro chifre que subiu, diante do qual caíram três chifres, ou seja, aquele chifre que tinha olhos e uma boca que falava com arrogância e que parecia mais forte do que os outros chifres. 21Enquanto eu olhava, eis que esse chifre fazia guerra contra os santos e estava vencendo. 22Até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo. E veio o tempo em que os santos possuíram o reino.

23— Então ele disse:

“O quarto animal será

um quarto reino na terra,

que será diferente

de todos os outros reinos.

Ele devorará toda a terra,

e a pisará com os pés,

e a fará em pedaços.

24Os dez chifres correspondem

a dez reis

que se levantarão daquele reino.

Depois deles, se levantará

outro rei,

que será diferente dos primeiros,

e derrotará três reis.

25Ele falará contra o Altíssimo,

oprimirá os santos do Altíssimo

e tentará mudar os tempos e a lei;

e os santos serão entregues

nas mãos dele

por um tempo, tempos

e metade de um tempo.

26Mas, depois, será instalada

a sessão do tribunal

para lhe tirar o domínio,

para o destruir e o consumir

até o fim.

27O reino, o domínio

e a majestade dos reinos

debaixo de todo o céu

serão dados ao povo

dos santos do Altíssimo.

O seu reino será um reino eterno

e todos os domínios o servirão

e lhe obedecerão.”

28— Aqui termina a explicação. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram, e o meu rosto se empalideceu. Mas guardei estas coisas em meu coração.

Daniel 7NAAAbrir na Bíblia
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